domingo, 20 de fevereiro de 2011

indomavel


























Acho sempre que não gosto de Westerns e acabo deliciada.
Hoje, a fuga/perseguição foi no ecrã e na sala de cinema...

sábado, 12 de fevereiro de 2011

o poder da palavra dita

Com o corpo demasiado dorido dos maus tratos de treinos, ensaios, constipações e contorções passo de uma sexta corporea para uma sobre a palavra.
Excelente filme. Contido nos momentos certos, terno, com um humor tão certeiro.E com um grande trio de actores.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

o claro e o escuro em nós

Gostei muito. Do filme em torno do corpo, e da cabeça e do que a cabeça faz ao corpo e vice-versa. Sem que se possam separar. Do lado angélico e virginal e do outro sedutor e apaixonado. Os dois no mesmo ser, sem que se possam separar.
Fez-me olhar para o meu corpo e pensar que as mutilações da ginastica e trapézio não profissionais são coisa de miúdos quando comparadas com as da dança. Mas estão lá.
Fez-me pensar que a dor física é um elemento estranho, integravel no trabalho com o corpo ao ponto de não ser sentida. A pele endurece em calos, os ossos ganham fissuras, o corpo fica negro e moído do contacto.
Será que a superação dos limites físicos nos tolda o juizo?

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Há dias...

Há dias
Em que não cabes na pele
Com que andas
Parece comprada em segunda mão
Um pouco curta nas mangas

Há dias
Em que cada passo e mais um
Castigo de Deus
Parece
Que os sapatos que vês
Enfiados nos pés
Nem sequer são os teus

A noite voltas a casa
Ao porto seguro
E p'ra sarar mais esta corrida
Vais lamber a ferida
Para o canto mais escuro

Já vi
Há dias em que tu
não cabes em ti

Avança
Na cara desse torpor
Que te perde e te seduz
A espada como a um Matador
Com o gesto maior
Do seu peito Andaluz
Avança
Com a raiva que sentes
Quando rangem os dentes
Ao peso da cruz

Enfim,
Há dias em que eu
Também estou assim

Parece que pagamos os
Pecados deste mundo
Amarrados aos remos de um
Barco que está no fundo.

[Ala dos Namorados]

acto heróico

Podia falar daquela vez em que salvámos a vida de um bebé ajudando os pais e a policia numa perigosa travessia da ponte Erasmus, em Roterdão. Era um dia frio de Inverno e o vento tornou-se mais violento que a força humana.
Podia contar as historias de todas umas férias passadas em missão do outro lado do mundo, a viver sem água ou luz eléctrica, entranhando em mim o ser timorense. Ou do mês num subúrbio de Buenos Aires, ao serviço de outros.
E no entanto nada disso implicou o esforço, a disciplina e a determinação do meu levantar, o ano passado. Sim, tenho a certeza que o colocar os pés no chão e enfrentar o dia, enfrentar a minha vida foi o maior acto heróico que alguma vez fiz. Levantar-me foi transpor os meus limites, transcender-me e seguir vivendo.