quarta-feira, 27 de junho de 2007

os meus espaços

o mac aberto entre blogs, para ir lendo na diagonal qualquer coisita,
uma espanhola a cantar muito alto de dentro do leitor de cd's
um monte de fichas de avaliação por acabar de preencher em cima do estirador, entre o computador e as molas da roupa
a tábua estendida ao comprido, a ocupar todo o espaço restante
pilhas de roupa por passar, a ser passada e a ficar com tantas rugas que me questiono porque a passo
e uma janela com as janelas de lisboa em frente.

Sou uma dona de casa estranha!

entre-santos

Hoje é dia de arraial. Sem santo padroeiro para apadrinhar. É dia de comemorar mais um ano lectivo que passou, de deixar de fora todas as dificuldades do caminho e de comemorar. O próprio caminho. Hoje é dia de arraial, de febras grelhadas na rua, de sangria, de muitas conversas e danças. Hoje e dia de chegar a casa repleta de fumo, cheiros e sorrisos.

domingo, 24 de junho de 2007

ícaro

Trafulhices com a empresa que nos contratava para voar nas sete maravilhas do mundo fizeram com que tudo fosse por água abaixo. Já não vou ficar suspensa no estádio da luz nem dançar de cabeça para baixo. O meu voo durou tempo de menos. Estou triste... com a ganancia dos outros.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Fui seleccionada!!!
Começo ensaios brevemente!

domingo, 17 de junho de 2007

nas nuvens!

Eram nove da noite de uma quinta feira chuvosa. E lá estavamos nós, sentados e encolhidos, nas últimas cadeiras do estádio da luz. à espera de vez para treinarmos e, depois, sermos avaliados.
Quando subi as escadas-de-bombeiros que dão acesso à estrutra metálica do topo do estádio senti um frio na barriga. A vista para fora do estádio, daquele local onde ninguém vai é incrivel. Tinha anoitecido e na segunda circular passavam a demasiada velocidade centenas de carros. As luzes dos faróis desfocavam devido à velocidade e à água da chuva na estrada. Continuei a subir (para locais onde juraria que não há humano que possa ir) e a altura deixou-me as pernas tensas, pesadas. Mais três degaus sem apoio e estava lá em cima, na estrutura que protege da chuva as bancadas. Ataram-me a uma corda, passei para o lado de lá, onde não há chão debaixo dos pés e aos poucos suspendi-me a muitos metros de altura. O corpo tornou-se-me pesado. Respirei mais fundo. Já não sentia o vento ou o frio e comecei a deslizar, tal como me tinham explicado. Desci até me sentir em casa nas alturas. A meio caminho parei, estiquei-me e coloquei-me em posição de Cristo, depois voltei a descer, virei-me de cabeça para baixo e voei o que faltava ao contrário, de perna esticada, à ginasta e a olhar o segurança que, em terra agarrava a corda por onde eu descia. Cheguei ao chão com um sorriso tão grande e uma tal sensação de leveza que começo a questionar se não devia ter nascido com asas.

Falta saber se fui seleccionada. Faltam ensaios e mais ensaios, da estrutura da pala do estádio da luz para o relvado.
E depois, é dançar a 40metros de altura, sem que a gravidade pese muito em mim.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

[in]visibilidade

Não me lembro de alguma vez ter querido ser famosa.
No outro dia, numa conversa com uma amiga, ela falava-me de como gostaria de deixar a sua marca no mundo, de fazer algo de realmente importante que a tornasse conhecida, reconhecida para ser mais exacta. O que ela disse é algo tão comum de ser ouvido que me deixou a pensar. Não estavamos a falar de achar a cura para o cancro ou acabar com a fome em África e muito menos de entrar no mundo das celebridades floriqualquercoisa e com açucar. Era algo mais simples, como escrever um livro, pintar, salvar uma vida,...contribuir. Era deixar uma marca e ser reconhecido pelo serviço prestado ao mundo!
Continuo sem querer ser famosa. E tenho cada vez menos desejos de reconhecimentos a grande escala. Se calhar sou demasiado simples. Gosto do lado não visivel das coisas. Gosto do trabalho bem feito de bastidor. De layouts que respirem. Gosto de saber e perceber a estrutura das coisas. Não gosto de ser avaliada ou criticada. Gosto de empurrar os outros para que avancem. Gosto de projectar e construir. E gosto de detalhes. Dos que só algumas pessoas percebem. dos que marcam diferença na vida de poucos. E só não posso dizer que gostaria de ser invisivel porque, para ser honesta, adoro dar nas vistas!!!