quarta-feira, 29 de agosto de 2007

streets of philadelphia



eastern state penitentiary

O primeiro edificio moderno da história dos EUA é uma prisão. Num tempo em que nem a Casa Branca tinha canalizações, a penitenciaria de Philadelphia foi construída com um sistema de água e esgoto em cada cela. Pensada para que cada homem vivesse isolado e em silêncio, o edificio fechava cada pessoa de forma a que cumprisse penitência pelo mal causado à sociedade, numa tentativa de reencontrar o lado "bom" que se acreditava existir sempre. Esta forma de castigo, que reflete o pensamento da época da construção da penitenciaria (séc XIX) e que até nos parece humana quando comparada com os castigos físicos comuns na época, era de uma austeridade tal que levava à loucura. À medida que o tempo foi passando, o número elevado de presos obrigou a uma fuga ao projecto original, construindo em altura. As celas perderam assim o seu pequeno pátio privativo. Os reclusos ganharam a possibilidade de vida social.
Actualmente a penitenciaria encontra-se num estado controlado de ruinas o que torna o espaço ainda mais assustador. É objecto de estudo por parte de muitos historiadores, é palco de intervenções artisticas e cenário de séries e filmes.
É um dos mais interessantes monumentos para se visitar na cidade berço dos EUA, talvez porque aquelas parecedes sem estuque anda transpirem história recente.











[instalação numa das celas]

terça-feira, 7 de agosto de 2007

ha gente para la do tecto

É trapézio, só trapézio.... pensava eu enquanto olhava fascinada para aquela gente que se baloiçava lá bem em cima. Tudo naquele espectáculo me agradou. A forma como o colocar do magnésio nas mãos era assumido, espalhando pela tenda uma névoa de pó branco, a rede onde caiam quando as mãos falhavam ou quando se deixavam intencionalmente cair, os músicos aconchegados numa pequena estrutura a muitos metros do chão, a luz que nos enganava e só nos deixava ver o que tinha de ser visto e claro, os trapezistas que pareciam aranhas a trepar pela estrutura de metal, pardais a andar saltitantes lá por cima e que deslizavam deslumbrantes do seu poiso para as mãos de outrem, do outro lado do ar. Ainda estou fascinada com aqueles corpos, com a forma como invertiam a direcção do seu voo em pleno ar; com a suavidade com que aterravam nas mãos de outrem, numa base metálica ou na rede protectora. E sempre que vejo um espectáculo assim, renasce em mim a vontade de trapezar.




OLA KALA
Les Arts Sauts
6 a 26 de Agosto
21h00 | Espaço Circo
CCB