quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

uma outra amesterdão




Regressei ao país que me salvou, com memórias de uma outra viagem e referências a outros locais, na mesma Holanda. Amesterdão continua uma cidade simpática, tranquila e aberta à diferença. Desta vez o céu não me pareceu tão perto e vim encantada com os almoços de sandes bonitas nos cafés dos residentes locais. Foi uma viagem em família, com estadia caseira e direito a ver a bola em tasca tuguesa. Obrigada anfitriões!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Os meninos do colégio.

O dia de aulas tinha acabado. Entro no metro e sento-me, a tentar aproveitar os 15 minutos de descanso até à estação do Rato. 
Duas estações depois, enchem a carruagem um bando de miúdos acabadinhos de sair de um colégio. O dia de aulas também tinha acabado para eles. 
Na estação seguinte, a barulheira atras de mim era tanta que me virei. Estavam cinco ou seis pré-adolescentes (não tinham mais de catorze anos) a girar, agarrados ao varão central que existe em frente das portas de cada carruagem. A brincadeira consistia em ganhar velocidade e travar bruscamente caindo uns por cima dos outros. Como para aquelas almas rodopiar agressivamente e travar num transporte em movimento não é suficientemente emocionante, um dos amigos estava parado a pregar rasteiras para garantir que os moços caíam realmente uns por cima dos outros. A algazarra era tal que eu não queria acreditar.
Tentei olhar fixamente para ver se os intimidava mas àquela velocidade não viam ninguém. E havia que sorrisse, a observar a brincadeira. A ver como se comportam em público aquela espécie de gente que são os (pré)adolescentes.
E a professora que há em mim enfureceu-se, insultou-os (chamei-lhes crianças e animais e continuo sem saber qual dos dois é mais ofensivo para um adolescente), ralhou com eles e só não os colocou de castigo porque no metro ninguém lhe conferiu autoridade para tal. Os miúdos lá pararam. Sentaram-se no chão a dizer palavrões em voz alta, para que não escapasse a ninguém que continuavam por ali. Mais ou menos quietos e contrariados.

Fiquei realmente irritada com a cena do metro. Não por ter de chamar a tenção a um bando de miúdos (o meu papel de educadora também passa por aí) mas por ser aquele bando de miúdos específico. São betos, saídos do colégio, gente que tem tudo - familia, educação, dinheiro, ... e que se comportam como animais para chamar a atenção. Aposto que na escola são uns amores e em casa uns anjinhos... mas em grupo... que bestas!
E não me falem de miúdos de bairros, de gente problemática, de delinquência juvenil da periferia das urbes... que esta gentinha anda em colégios e vive nos bairros finos de Lisboa.