Passei a noite a sonhar que entrava e saia. Em casas diferentes, estranhas, labirinticas.
Estas são portas tunisinas, onde não quero voltar a entrar.
sábado, 24 de fevereiro de 2007
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
contigo
Um poste - mastro chinês.
Uma cadeira - daquelas de esplanada, em ferro.
Um lenço - para fazer magia, para fazer de toalha e limpar o suor
Uma esfera - pequenina, tipo berlinde
Quadrados de luz. Som
Um homem - João Paulo Santos, coreografado por outro - Rui Horta
Um pequeno espectáculo extraordinário, em que a expressão corporal e o constante desafiar da gravidade me deixaram de boca aberta, colada à cadeira. Fiquei a admirar este ser que sabe andar na vertical, cair lá de cima sem se estatelar no chão e dançar. Com a cadeira,com a pequena esfera preta, com a luz, com o mastro chinês.
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
callas
Domingo, quatro da tarde em frente a um rio cinza. Teatro Camões. Sem grandes espectativas mas com muita vontade lá entrei para ver a última coreografia de Benvindo Fonseca. Callas.
Eu tenho uma estranha necessidade de consumir dança mensalmente. Não me chega o teatro, o cinema, a pintura e afins. Tenho de ver dançar. Tenho que me deixar envolver nos corpos que se arrastam, chocam, deslizam, voam ao som de algo ou de coisa nenhuma. É quase como se estivesse viciada nos momentos de pura emoção que a dança contemporanea (mais abstracta, livre de narrativas lógicas e temporais, plena de sensações e de referencias interiores) consegue deitar palco fora.
Callas foi dos espectáculos de dança mais completos que vi ( se é que se pode achar que a dança pode ser mais ou menos completa!). A conjugação da música de Maria Callas, da actuação da pianista e violoncelista e dos restantes sons; as projecções de imagens; os figurinos e a coreografia não podiam ter nascido de outra forma.
Foram 60 minutos de beleza cristalizada nos corpos dos outros.
Muito obrigado a Benvindo Fonseca e ao Lisboa Ballet Contemporâneo.
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
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