segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Os meninos do colégio.

O dia de aulas tinha acabado. Entro no metro e sento-me, a tentar aproveitar os 15 minutos de descanso até à estação do Rato. 
Duas estações depois, enchem a carruagem um bando de miúdos acabadinhos de sair de um colégio. O dia de aulas também tinha acabado para eles. 
Na estação seguinte, a barulheira atras de mim era tanta que me virei. Estavam cinco ou seis pré-adolescentes (não tinham mais de catorze anos) a girar, agarrados ao varão central que existe em frente das portas de cada carruagem. A brincadeira consistia em ganhar velocidade e travar bruscamente caindo uns por cima dos outros. Como para aquelas almas rodopiar agressivamente e travar num transporte em movimento não é suficientemente emocionante, um dos amigos estava parado a pregar rasteiras para garantir que os moços caíam realmente uns por cima dos outros. A algazarra era tal que eu não queria acreditar.
Tentei olhar fixamente para ver se os intimidava mas àquela velocidade não viam ninguém. E havia que sorrisse, a observar a brincadeira. A ver como se comportam em público aquela espécie de gente que são os (pré)adolescentes.
E a professora que há em mim enfureceu-se, insultou-os (chamei-lhes crianças e animais e continuo sem saber qual dos dois é mais ofensivo para um adolescente), ralhou com eles e só não os colocou de castigo porque no metro ninguém lhe conferiu autoridade para tal. Os miúdos lá pararam. Sentaram-se no chão a dizer palavrões em voz alta, para que não escapasse a ninguém que continuavam por ali. Mais ou menos quietos e contrariados.

Fiquei realmente irritada com a cena do metro. Não por ter de chamar a tenção a um bando de miúdos (o meu papel de educadora também passa por aí) mas por ser aquele bando de miúdos específico. São betos, saídos do colégio, gente que tem tudo - familia, educação, dinheiro, ... e que se comportam como animais para chamar a atenção. Aposto que na escola são uns amores e em casa uns anjinhos... mas em grupo... que bestas!
E não me falem de miúdos de bairros, de gente problemática, de delinquência juvenil da periferia das urbes... que esta gentinha anda em colégios e vive nos bairros finos de Lisboa.

3 comentários:

MPR disse...

A fúria que tu tinhas! Eu sempre disse... fora os betos! ;P

Anónimo disse...

Pois não são apenas as "crianças" dos bairros problemáticos, são todas: "está tudo de perna pró ar"

Os professores estão hoje impedidos de castigar fisicamente os alunos, mas não só: os próprios pais estão hoje sujeitos a duras penas se o fizerem em muitos países, incluindo em Portugal, por isso começou já a dar-se uma inversão em termos de autoridade que passou dos professores para os alunos e até dos pais para os filhos. Por isso não é de espantar que os professores tenham muita dificuldade em manter a ordem na sala de aula e por vezes nem o consigam, chegando até a ser severamente agredidos por alguns alunos. Começam também a surgir casos de pais que são duramente castigados pelos seus filhos quando não lhes satisfazem os caprichos, o que chega a acontecer em público, tendo sido já mostrado na televisão. Isto prova que os actuais conceitos de educação estão errados e um dia as ideias que agora dominam, de não aplicar quaisquer castigos físicos em quaisquer circunstâncias, terão que mudar. O Governo Português também não os admite por serem condenados pelo ocidente e pela EU, onde as mudanças terão que ocorrer primeiro. O problema nesses países é até mais grave do que por cá, por isso, em breve, deverão chegar à conclusão que alguns castigos físicos terão que ser repostos pelos pais e até pelos professores, sob pena de estarmos a criar cada vez mais pessoas inúteis, que não se adaptarão a cumprir nem ordens, nem horários, nem quaisquer outras regras, e que viverão sempre à custa dos outros porque é mais fácil, até porque foram habituados a fazer sempre apenas o que lhes dá prazer. Na vida real não é assim e como diz o ditado “de pequenino é que se torce o pepino”...
Os castigos físicos eram bem tolerados pelas anteriores gerações de pais e no futuro voltarão a sê-lo porque compreenderão a necessidade de ser dada autoridade aos professores para castigarem os alunos mal comportados para a protecção dos seus filhos que são as primeiras vítimas dos colegas delinquentes. Actualmente as escolas não têm meios de os proteger. Há até um abuso de linguagem ao se apelidar de "crianças" a todos os jovens de menor idade. Até parece que a inteligência e a capacidade de distinguir o bem do mal chega na noite em que completam dezasseis anos. Mas uma “criança” de três anos terá a mesma capacidade de entendimento de uma de uma outra treze? Agora já não temos um vocábulo que as distinga a não ser que continuemos a chamar “bebé” à de três anos, o que também não me parece correcto! Fazendo um esforço para compreender a extensão do termo “criança” a todos os rapazes e raparigas apenas concluo que é apenas para menosprezar o aumento da delinquência e da criminalidade nas camadas jovens, porque sendo praticada por crianças não se lhes dá tanta importância.
Afinal nem tudo é mau porque a maioria das crianças continua bem comportada e não necessita de tareia. Mas só o facto de se saber que o castigo é possível é só por si um desincentivo ao mau comportamento.
É claro que quando apoio os castigos físicos em casa e nas escolas me refiro apenas até cerca dos dez ou doze anos, o que deverá ser suficiente para socializar o aluno, mas, se não for, os jovens em causa deverão ser encaminhados para casas de "correcção" (ou outro nome que julguem mais conveniente) onde, com apoio psicológico, sejam habituados compulsivamente a cumprir regras, como: levantar, comer e deitar a hora certa e tratarem eles próprios das suas necessidades pessoais, aí as actividades de lazer deverão ser permitidas mas canceladas em caso de mau comportamento. Se até isso falhar então deverão ser casos perdidos.

Zé da Burra o Alentejano

Andre disse...

E assim, de facto eu ando num colegio mas nao pago sequer metade da mensalidade... alias nem sei pq ainda la tou de facto os meus pais matam-se a trabalhar e eu odeio la andar. Nao sou mal agradecido, aproveito as aulas mas os putos q la andam sao simplesmente irritantes e tem tudo o que querem por isso chamam a atençao de diversas formas. Uns fazem barulho por onde passam, outros choram q nem uns desalmados porque nao tinham aquela camisola que queriam so porque a actual tinha uma inscriçao "fora-de-moda" e outros simplesmente dedicam-se a gozar e a tentar agredir (alguns infelizmente nao reagem e sao mesmo agredidos) pessoas que como eu nao os suportam, nao usam roupa de marca e tao-se a cagar pa brincadeiras de meninos bem dos bairros de alvalade, telheiras e alta (eu infelizmente vivo entre eles no campo grande mas isso e porque tive a felicidade de herdar uma casa)