sábado, 30 de julho de 2005

largo dos trigueiros

São 70m2, com três janelas viradas para a luz dourada que Lisboa tem ao fim da tarde. E gradeamentos de metal verde nas varandas, e portadas nas janelas abertas para um largo com um xafariz e uma grande árvore.
É um terceiro andar sem elevador, de soalho de madeira e portas com janelas de vidro por cima.
É, por enquanto, um prédio a caír aos pedaços, de esqueleto à mostra mas mal lá entrei senti que aquele era o MEU ESPAÇO.
A 5minutos do metro, a outros tantos da Lisboa que se vê do castelo, o largo dos trigueiros fica entalado entre a baixa e a mouraria.
Daqui a 6meses será lá a minha casa!

quinta-feira, 28 de julho de 2005

montemor



Voltar a montemor, mesmo que por umas breves horas, deixou em mim a nostalgia de quem olha para um espaço onde muito já se passou.
Ficou a vontade de ter estado mais tempo.

quinta-feira, 7 de julho de 2005

I am what I am [ou a apologia da palavra]

Tive em tempos um instrutor de condução que não tinha partido político, religião ou clube de futebol para não ter de se chatear. O homem era parvo, é bom de ver, e essa atitude perante a vida não só me irritava como deixava o meu eu de 18anos profundamente indignado. Como era possivel alguém se negar a assumir uma posição perante a vida! Ás vezes parece-me que se generalizou uma forma fácil de estar em sociedade, como que uma sintonia de opinião que evita discussões, chatices mas também passa ao lado de grandes conversas, de divagações pseudo-filosoficas, de descobertas interiores de nós e dos outros. É facil não questionar, não discordar, não criticar… e viver cinicamente neste mundo.

Ainda bem que ainda há quem tenha: cor politica, não-religião e fanatismo futebolistico!
E quem não tema falar e discutir: deambular pelas palavras pelo prazer de as ouvir (de se ouvir e de ouvir os outros); falar para partilhar o que se é e descobrir o mundo; argumentar, nem que seja pelo prazer de ganhar uma discução, …
Que bom que haja quem negue ser cinico perante o mundo. Ser honesto implica assumir as falhas do passado, os esquemas da personalidade presente e a fragilidade dos sonhos.
Ainda bem que há quem encare a honestidade não como uma fraqueza mas como uma forma de relação com a vida.
Afinal de contas, nós somos o que somos
e é de o assumirmos que nos tornamos especiais!