sábado, 12 de março de 2011

1 ano depois

Um ano são 365 dias (ou 366). Convencionados e não significa mais que isso. E no entanto, os aniversários acabam por ser sempre tempo de paragem. Porque nos remetem para o que celebramos, porque nos trazem à lembrança o que vivemos.

Um ano depois sou alguém mais sofrida e madura. Envelheci no último ano mais que nos dez anteriores. Tenho em mim uma tristeza interior que desconhecia e sou menos crente no ser humano.
Continuo a lidar com os efeitos colaterais, a viver as consequências das decisões, da má formação de outro. (Não percebo como se chega a adulto tão mal resolvido, tão incapaz de olhar e amar para além do seu umbigo)

Um ano depois gostaria de estar onde se calhar só estarei daqui a outro ano. Gostaria que a vida fosse mais leve, gostaria que o futuro fosse mais projectável.

Mas sei que este ano foi conquistado por mim (com forças que nem sei bem de onde vinham) e que estou longe do eu frágil da primavera de 2010. Continuo sem saber como sobrevivi a esses meses e recordo tão pouco deles, como se estivesse anestesiada pela dor.

As reconstruções demoram tempo e tenho a certeza que daqui a um ano serei mais sorridente.

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