segunda-feira, 23 de agosto de 2010

obrigadu barak

Demoram anos até que se deixe de ser estrangeiro em Timor.

Na Terra onde os galos cantam todo o dia e se trabalha de cócoras.
Na Terra onde o tempo tem outro tempo e as nuvens correm no ar (tornando difícil prever o tempo).
Onde o céu é quente depois do por do sol e as estrelas multiplicam-se.
Onde chove metade do ano e não há água suficiente para todos; onde o dia dura do nascer ao por do sol por falta de electricidade e o trabalho começa no escuro da noite.
Na Terra onde se fala Tétum e o ensino é em Português; onde a Igreja fortemente hierarquizada dá o que o Estado não assegura.
Numa terá fértil onde há pouca agricultura. Onde não há industria, infraestruturas básicas nem alimentação suficiente.
Onde as crianças jogam à bola descalças e brincam com catanas. Onde homens e mulheres não são iguais nem se misturam. Onde os sorrisos são escondidos atrás das mãos por vergonha da diferença.
Na Terra deste povo tantas vezes colonizado e massacrado que se tornou desconfiado. Chamado de preguiçoso por quem não vive a dureza das condições de lá.

Na Terra do sol nascente... continuamos a ser malae. Mas tratam-nos pelo nosso nome.

Obrigadu barak

manaLeo
manaJoana
manaMadalena
manaCatarina
manaMariana
manaJoana
manaMadalena
manaMargarida
manaBia
manaVera
manaMadalena
Rafa
Chico
BrunBrunBruno
irmãRocio
madreNúria

Sem comentários: