domingo, 25 de setembro de 2005

O preço de um sonho

É fácil dizer que um sonho vale muito. É fácil dizer que vale tudo.
Afinal, se é na sua direcção que vai o caminho da nossa felicidade, um sonho vale… a luta de uma vida. E no entanto, estas palavras parecem-me agora demasiado adolescentes, demasiado fáceis de se dizer, demasiado bonitas e pouco reais.
E quando os sonhos têm preços demasiado altos? Será que perdemos as forças na luta? Será que desanimamos antes sequer de começar a lutar?

Esta semana uma amiga minha fez as malas e partiu. Partiu em busca do seu sonho. Partiu por seis anos. Em três dias, comprou uma passagem de avião e fez-se à vida. Teve a coragem de não inventar desculpas para ficar.
Teve a inteligência de não esperar o tempo necessário para ter dúvidas.
Teve a força de olhar nos olhos cada um dos amigos e dizer:
_são só seis anos… (como que a reforçar a relatividade do tempo ausente)
E partiu.
Deixou-nos a nós perplexos. Não pela ida, mas pela determinação com que seguiu o seu caminho. Sem olhar aos custos. Sem se deixar aprisionar pelas coisas, pelos outros.
E fez-me pensar que esta questão do custo de um sonho, deve ser uma invenção de uma mente a tornar-se viciadamente adulta

2 comentários:

MPR disse...

E ter a força de não ceder à cobardia que camufladamente chamamos de responsabilidade. Há escolhas que temos que tomar e momentos que não podemos deixar fugir, para não passarmos o resto da vida a pensar "E se.." Há quem consiga e outros que não...

ramito disse...

sim, não podemos deixar de ser pequenos "peter pans" e viver os nossos sonhos! e, sim, o tempo tem que ser relativizado!