quarta-feira, 23 de março de 2005

deserto

Parti para o deserto com pouco mais que a vontade de estar no deserto. Na mochila levava ainda duas máquinas fotográficas e o principezinho que reli a luz da vela, enquanto bebericava um chá quente e muito doce. O luar enchia as dunas de sombras e as estrelas estavam piscas.


[para a S, I, T, I, J, P, A, G, o que ficou por ler...]
"Na primeira noite adormeci pois na areia a mil milhas de qualquer lugar habitado. Estava bem mais isolado do que um náufrago sobre uma jangada no meio do Oceano. Podem assim imaginar a minha surpresa quando, ao nascer do dia, fui despertado por uma vozinha engraçada que dizia:
_Por favor…desenha-me uma ovelha!

Esta é para mim a mais bela e a mais triste paisagem do mundo. (…)
Foi aqui que o Principezinho apareceu na Terra e depois desapareceu.
Olhem atentamente esta paisagem de modo a terem a certeza de a reconhecer, se viajarem um dia em África, no deserto.
E se vos acontecer passarem por lá suplico-vos,
não se apressem,
esperem um pouco sob a estrela!
Então se uma criança for ter convosco,
se ela rir,
se tiver cabelos doirados,
se não responder quando lhe fazem perguntas, adivinharão de quem se trata.
Então sejam amáveis!
Não me deixem assim tão triste: escrevam-me depressa dizendo que ele voltou…!"
[O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry]

1 comentário:

Selva Urbana disse...

Fabuloso, o livro (ainda por ler, confesso, mas à espera na minha prateleira!). Fabulosa a paisagem, e a viagem de sonho (a próxima, espero eu!), a Marrocos.