quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

callas










Domingo, quatro da tarde em frente a um rio cinza. Teatro Camões. Sem grandes espectativas mas com muita vontade lá entrei para ver a última coreografia de Benvindo Fonseca. Callas.
Eu tenho uma estranha necessidade de consumir dança mensalmente. Não me chega o teatro, o cinema, a pintura e afins. Tenho de ver dançar. Tenho que me deixar envolver nos corpos que se arrastam, chocam, deslizam, voam ao som de algo ou de coisa nenhuma. É quase como se estivesse viciada nos momentos de pura emoção que a dança contemporanea (mais abstracta, livre de narrativas lógicas e temporais, plena de sensações e de referencias interiores) consegue deitar palco fora.
Callas foi dos espectáculos de dança mais completos que vi ( se é que se pode achar que a dança pode ser mais ou menos completa!). A conjugação da música de Maria Callas, da actuação da pianista e violoncelista e dos restantes sons; as projecções de imagens; os figurinos e a coreografia não podiam ter nascido de outra forma.
Foram 60 minutos de beleza cristalizada nos corpos dos outros.

Muito obrigado a Benvindo Fonseca e ao Lisboa Ballet Contemporâneo.

3 comentários:

MMQ disse...

que bom... estás de volta aos blogs! beijinho e saudades!

MPR disse...

Um belissimo espectáculo... ao que parece o último...

Anónimo disse...

Muito obrigado a Benvindo Fonseca e ao Lisboa Ballet Contemporâneo, por serem o mote para o teu regresso à escrita pública e voyeurista. Aleluia! Aleluia!