O deserto é, até para explicá-lo, a ausência. Neste caso seria a ausência de palavras porque perante tal dimensão da natureza, o que nos surge é da ordem da sensação, do sentimento e não da razão. O deserto é o sublime, é o extremo, é um vazio repleto de coisas. Ali não há nada senão céu e terra. E ambos são imensos. O céu é azul até perder de vista. E a terra é volátil, de areia laranja e sempre igual. Ali o homem vive porque sabe que nunca controlará nem o céu nem a terra. E aprendeu a conhecer-lhe os ritmos, os rastos, os sinais. (GPS berbere, diria o Hassam).
Viver no deserto é aprender a viver um dia de cada vez. Porque perante uma tempestade de areia nada é estável ou previsível. Viver no e do presente. Porque o futuro a Alá pertence. E é tão difícil para alguém demasiado urbano como eu assimilar esta forma de estar. Porque o estar adquire uma importância enorme.
domingo, 27 de março de 2005
quinta-feira, 24 de março de 2005
quarta-feira, 23 de março de 2005
deserto
Parti para o deserto com pouco mais que a vontade de estar no deserto. Na mochila levava ainda duas máquinas fotográficas e o principezinho que reli a luz da vela, enquanto bebericava um chá quente e muito doce. O luar enchia as dunas de sombras e as estrelas estavam piscas.
[para a S, I, T, I, J, P, A, G, o que ficou por ler...]
"Na primeira noite adormeci pois na areia a mil milhas de qualquer lugar habitado. Estava bem mais isolado do que um náufrago sobre uma jangada no meio do Oceano. Podem assim imaginar a minha surpresa quando, ao nascer do dia, fui despertado por uma vozinha engraçada que dizia:
_Por favor…desenha-me uma ovelha!
Esta é para mim a mais bela e a mais triste paisagem do mundo. (…)
Foi aqui que o Principezinho apareceu na Terra e depois desapareceu.
Olhem atentamente esta paisagem de modo a terem a certeza de a reconhecer, se viajarem um dia em África, no deserto.
E se vos acontecer passarem por lá suplico-vos,
não se apressem,
esperem um pouco sob a estrela!
Então se uma criança for ter convosco,
se ela rir,
se tiver cabelos doirados,
se não responder quando lhe fazem perguntas, adivinharão de quem se trata.
Então sejam amáveis!
Não me deixem assim tão triste: escrevam-me depressa dizendo que ele voltou…!"
[O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry]
[para a S, I, T, I, J, P, A, G, o que ficou por ler...]
"Na primeira noite adormeci pois na areia a mil milhas de qualquer lugar habitado. Estava bem mais isolado do que um náufrago sobre uma jangada no meio do Oceano. Podem assim imaginar a minha surpresa quando, ao nascer do dia, fui despertado por uma vozinha engraçada que dizia:
_Por favor…desenha-me uma ovelha!
Esta é para mim a mais bela e a mais triste paisagem do mundo. (…)
Foi aqui que o Principezinho apareceu na Terra e depois desapareceu.
Olhem atentamente esta paisagem de modo a terem a certeza de a reconhecer, se viajarem um dia em África, no deserto.
E se vos acontecer passarem por lá suplico-vos,
não se apressem,
esperem um pouco sob a estrela!
Então se uma criança for ter convosco,
se ela rir,
se tiver cabelos doirados,
se não responder quando lhe fazem perguntas, adivinharão de quem se trata.
Então sejam amáveis!
Não me deixem assim tão triste: escrevam-me depressa dizendo que ele voltou…!"
[O Principezinho, Antoine de Saint-Exupéry]
terça-feira, 22 de março de 2005
segunda-feira, 21 de março de 2005
domingo, 20 de março de 2005
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