Mês e meio sem ver dançar quase me tinha feito esquecer o quanto preciso de ver corpos a desafiar as leis da gravidade. A esticar aos limites da elasticidades, a permanecer no ar para além do tempo permitido ao ser humano, a passar do chão para os braços de outros e de novo para o chão, passando pelo ar.
corpos silênciosos, plásticos
corpos ruidosos que chocam
corpos que voam e rastejam
corpos terrenos e imateriais
e para aliviar a angústia de uma temporada sem ballet gulbenkian, aqui ficam alguns consolos, a ver no teatro Camões
_Uma noite com Ella, LBC, Benvindo Fonseca [23 Set]
_Pedro e Inês, CNB, Olga Roriz [7,8 e 9 out]
2 comentários:
ouvir Ella Fitzgerald durante uma hora era já alento bastante para rumar ao Teatro Camões e assim foi
o mais foi prémio perfeito para a demanda !
esta Companhia excede as expectativas e supera as dificuldades que anuncia e se adivinham
ora em corrida, descalços, ou meneando por sobre saltos altos, os corpos bailaram, lutaram, abraçaram e encantaram
e a magia começou logo na surpreendente exposição dos alongamentos iniciais e exercícios de aquecimento, partilhando bastidores com a plateia que se ia compondo e que retribuiu, um pouco, o agrado e o encantamento
continuou com o saxofone, com o pano translúcido e com a interpretação de magníficas canções, rompendo com a noção de arte estanque para oferecer afinal uma vasta gama de sensibilidades, percepções e múltiplas singularidades
até um chocolate ganhei...
mas foi pelo todo que gritei: bis !!!
também eu fui presenteada com um chocolate voador mas foi o espectaculo que me adoçou o espirito!
Enviar um comentário