As vezes penso se não me estarei a tornar irremediavelmente independente. A minha música fechada numa caixinha branca de som que viaja imperceptivel no bolso, os meus deambulares contemplativos pelas cidades, o prazer dos cafés ao ar livre com o jornal pousado entre a mesa e as pernas.
A comodidade da minha solidão está a tornar-me sarcástica perante dependências e relações viciadas, perante as manias a que os outros se sujeitam por medo de não terem ninguém ao lado. E, ou são os meus olhos que também já estão viviados ou, às relações que observo falta, a maior parte das vezes, oxigénio.
E vivo nesta fronteira entre o confortavel que é gerir autonoma a minha própria vida sem aturar a agressividade, a culpa e o egoísmo de alguém e a vontade que tenho de partilhar com outros a música que trago dentro de mim.
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